segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sobre cultura


Lembrando ainda aos amigos cronistas Janete e Marcos, que a cultura pode ser feita sim, e a baixos custos. Também pode, se bem organizada sob forma de Evento, dela se tirar bons frutos em termos de turismo.

Quando propus aqui o tombamento do Solar dos Adams, bem como da fábrica em anexo, por serem patrimônio cultural e histórico de nossa cidade, o fiz, unicamente, por pensar que tal espaço, poderia também servir como um espaço cultural, para a divulgação das artes, do teatro, que carece de espaço para apresentações, além de servir como referência, com uma escola comunitária sobre gestão em negócios, voltados para o calçado, e um museu em homenagem ao sapateiro. Porque a velha fábrica de Pedro Adams, pode ser uma referência cultural além de seu antigo solar? Primeiro, porque foi ali, tanto na casa quanto na fábrica, que muitas reuniões ocorreram, entre os principais membros do movimento emancipacionista. Segundo, o espírito de inovação tecnológica, de mentalidade progressista, o desejo de melhorar e crescer, ali habitaram por muito tempo, criando raízes na nossa comunidade, pois não foram um ou dois ex-funcionários de Pedro Adams, que anos mais tarde, abriram suas próprias firmas, contribuindo assim, para esta cidade crescer.

Foi próximo à esquina da Silveira Martins, com a Júlio de Castilhos, que a cidade de Novo Hamburgo conheceu a energia elétrica, onde começaram as instalações telefônicas, surgiu a primeira fábrica moderna de calçados, o primeiro banco, e onde hoje está o espaço Yazigi Internexus, foi construída a primeira intendência (prefeitura primeiro, delegacia de polícia depois). Tal trecho da Júlio de Castilhos, deveria ser tombado, preservado e transformado em espaço para a divulgação da cultura, dado o espaço que proporciona para tanto. Além disso, o mesmo espaço pode ser ainda um moderno museu, e portanto também um ponto turístico aberto à visitação pública.

Cidades menores que a nossa, como Campo Bom, possuem atrações bem mais interessantes, isto no que tange a acesso por automóvel ou ônibus, inclusive visitadas por pessoas da própria cidade, além das de fora.

Somos uma cidade, grande perto das pequenas que nos cercam, e o padrão de opções de cultura e lazer, são pequenos relativamente, tanto que as pessoas não conhecem direito em nossa cidade, os espaços culturais e turísticos, como a Fundação Ernesto Frederico Scheffel por exemplo, que tive o grato privilégio de visitar, várias vezes. Muitas vezes as pessoas, saem da cidade, devido a falta de opções dentro do perímetro urbano, indo para outras localidades, que oferecem opções mais atraentes e gastando seu dinheiro nestas localidades.

Muito tem se discutido, pelo que acompanhei pelo nosso querido Jornal NH, há anos, porém também entre algumas entidades culturais e universitárias, parece que as divergência de opiniões têm sido brutais, no que tange a desunião no meio artístico e intelectual daqui. Este clima de cizânia, é criado muitas vezes, por pomposidades e vaidades desnecessárias, muitas vezes por donos da razão, inclusive título este ao qual já fui rotulado várias vezes. E também o principal responsável, pela estagnação cultural, uma vez, que sem união, acima destes comportamentos narrados, não há como se reivindicar o que quer que seja, justamente por não se levar a sério um movimento desunido... Ninguém, políticos, sociedade, igreja, e os membros da intelectualidade e artes em geral, acredita em movimentos desunidos.

Assim como um dia as professoras do Município, abraçaram o prédio da Semec, na Primeiro de Março, impedindo sua demolição, os artistas e intelectuais de nossa cidade, deveriam abraçar a cultura de nossa cidade, e unirem-se em proporem ideias viáveis, para a divulgação desta.

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