Marcos Dresch e Janete Sarquiz, dois incríveis cronistas deste espaço, escreveram aqui, ontem e hoje sobre o poder eletivo da Periferia. Os canoenses que me perdoem, pois uma correção deve ser dita, em contrapartida, a informação errada, prestada por um telejornal da Capital, sobre o Bairro Guajuviras, há alguns meses.
O Bairro Guajuviras pode ser, apenas e digo apenas, a segunda maior periferia ou bairro do Estado, ou o segundo bairro mais populoso do País, como queiram. Há horas que Canudos, detém pelo menos um pouco menos da metade de toda a população de Novo Hamburgo, e poder político de eleger a Câmara segundo seus interesses, além de decidir as eleiçoes para Prefeito. Logo este bairro, muitas vezes esquecido pelo poder público, pode ser chamado de bairro-cidade ou bairro-metrópole.
Temos em termos de população, pelo menos dez mil pessoas a mais, habitando este bairro, isto em relação ao Guajuviras. Temos menos precariedades, numa massa urbanística só, também.
Canudos é um bairro industrial, comercial e residencial. Tem poucas precariedades a serem sanadas, e está evoluindo como complexo urbano, independente das ações da municipalidade ou não. Sua população, votou em massa na atual administração e esta descontente, com muitas das iniciativas(ou falta delas) por parte do governo municipal, além de descontente com os partidos oposicionistas.
Além do descontentamento, pois se bem me lembro, o Prefeito Municipal, ainda quando candidato, prometeu a construção de um Hospital Municipal neste bairro. E até agora, num bairro que precisaria de pelo menos três novos postos de saúde, e um hospital, para o atendimento de uma população, esta indignada com a demora nos atendimentos, e falta de médicos, no principal posto de saúde, do bairro. Ficando uma sensação de descaso ou abandono do poder público.
Algumas teorias conspiratórias, que circulam no meio político, teriam como tese, o embasamento burro, de quê se Canudos, ganhar seu hospital municipal, o Bairro poderia se emancipar de Novo Hamburgo, e formaria um novo município. Tanto que o ex-Prefeito José Aírton dos Santos, colocou o Palácio Municipal, a uma distância estratégica, que não permitisse, que pela Lei de criação de novos municípios, Canudos ganhasse o status de cidade, tão cedo.
Porém ficam advertidos, os senhores políticos de plantão, que se o medo é que com o Hospital, Canudos se emancipe e crie um tremendo rombo na arrecadação do erário, lembrem-se: que os cidadãos deste bairro, se ficarem mais indignados, poderão de fato querer uma possível emancipação, e depois construir o seu hospital, se forem ignorados, pela municipalidade, que lhes prometeu mudanças estruturais e até agora nada fez.
Para os políticos e leitores deste espaço que acham que falo bobagens, deveriam ouvir mais as conversas, que se ouvem as vezes, dentro do bairro, por parte de sua população. Um conselho, para a administração atual, e aos vereadores: não errem com a população do Bairro Canudos, como um dia, São Lepoldo errou com a população de Novo
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