segunda-feira, 10 de maio de 2010

Crime, pecado e castigo.


Filhos da exclusão. Assim pode se denominar os herdeiros da Era Fernando Henrique Cardoso, que se omitiu por vezes diversas nos assuntos sociais. Criou uma bolsa-família, porém não criou condições de emprego, renda e geração de riquezas que coibissem a marginalização social para o futuro, que é o hoje. A criminalidade cresceu, os número de empregos não. As condições de educação não são as ideais. Os pais são omissos em dizer não aos seus filhos, principalmente quando devem.

Assistimos a uma contra-cultura imposta pelos marginais de todos os níveis, pelos traficantes de drogas, pela epidemia de crack, pelo descaso do poder público, que aparece nos telejornais e nos meios de comunicação em geral manifestando-se sob forma de violência desmedida.

Mais uma guerra de traficantes no Rio de Janeiro, hoje pela manhã, assustou os seus habitantes. Inclusive os motoristas que passavam por uma das principais vias expressas da cidade. Balas para todos os lados, comércio fechado e cidadãos que se atiraram no chão, devido ao alto risco em serem atingidos. Ônibus incendiados formando barricadas, metralhadoras cuspindo seus ferrões mortais, pessoas correndo e gritando, se atirando ao chão para se salvar, trânsito congestionado e o verdadeiro caos que se instalou numa das maiores cidades do mundo, futura Sede das Olimpíadas.

A péssima educação, que vem de casa, hoje é um fator de convulsão social. Que gera a violência em todas as classes sociais, com muitos inocentes perdendo suas vidas. A questão começa na imperícia dos pais de lidarem e observarem bem seus filhos em casa. De não valorizarem a educação, de não cobrarem do governo a geração de investimentos que proporcionem trabalho e renda para a sociedade.

Comissões de Direitos Humanos defendem a integridade dos presos em um sistema carcerário indecente, que não pune, não educa, que não proporciona nada de bom, a não ser por ser depósito de pessoas. Ainda não retrocedemos à época da Bastilha. Aliás, penso que mesmo esta seria um luxo para os dias de hoje, por contar com verdadeiros instrumentos de verdadeira tortura, que tais entidades sequer conhecem.

Também no que tange aos Direitos Humanos, penso que deveriam levar conforto e apoio às vítimas da violência e cobrar dos governos melhorias sociais. Melhorias para as quais nós fechamos os olhos e que somos totalmente responsáveis, quando nos omitimos. Quando não cobramos, quando não nos movemos. Quando deixamos que a classe política faça o que bem lhe entender...

Chegará ainda a Era da Intolerância, em que o papel de civilidade poderá ser esquecido pelos futuros cidadãos. E um verdadeiro caos se instalará neste País, se medidas reais não forem tomadas agora. Cobremos de nossos políticos, portanto, a adoção da melhoria na gestão da educação, da geração de trabalho para uma massa de desocupados, de rigor na aplicação da Lei, do fim das regalias concedidas aos presos, principalmente aos traficantes e criminosos hediondos, da punição e reintegração social daqueles que não cometem delitos tão graves.

Poderiamos lucrar muito mais se fizéssemos um esforço maior em transformar este País. De se adotar novas medidas para coibir crimes, de prevenção ao que tange ao social. A amiga Janete esqueceu-se de comentar em seu texto que existem famílias em que todos cometem delitos. Avôs, pais, filhos, primos e sobrinhos. Pessoas que, devido dificuldades financeiras e falta de trabalho,criaram uma cultura de apologia ao crime e a passam geração a geração, nas comunidades mais carentes, inclusive com a banalização da vida alheia e da instigação à passionalidade.

Se acham que exagero, vejam exemplos de São Paulo e Rio de Janeiro, onde os avós traficavam assaltavam pessoas, bancos e o que for. E os filhos idem, inclusive incitando as decendências mais jovens ao mesmo. Aqui em Novo Hamburgo existem famílias inteiras de ladrões e assaltantes neste estilo. Não citarei nomes. Moram nos bairros mais carentes, cometem seus delitos em várias partes da cidade e da região, e muitas vezes sequer são devidamente punidos ou reeducados. Algumas destas famílias enriquecem, outras não, devido as vantagens ilícitas de acúmulo de capital que possuem. Porém, em caso de ascensão econômica, pelo uso deste capital acumulado, que valores tais grupos poderão oferecer a sociedade, se justamente seu senso de moral está corrompido?

Precisamos rever nossos conceitos, rever nossas crenças, rever as atitudes a serem tomadas. E obrigar a classe política a tomar providências para melhorar todos os quesitos sociais e econômicos, sem exceção, já. Vejam que a criminalidade é tal que sequer vagas no sistema prisional existem para comportar a tantos criminosos. Uma vergonha para a Justiça...

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