segunda-feira, 10 de maio de 2010

Os Sonhos de Nelson

Pois meu querido amigo Nélson, ex micro-empresário do calçado, ontem me propôs que eu fosse sócio em mais um empreendimento. Porém, ficou decepcionado comigo, pois recusei, uma vez, que tanto ele como eu, não temos capital para movimentar a empresa que ele propos criar.

Ele inclusive me perguntou se eu tinha como captar algum recurso para locação de um local, ao que respondi sinceramente que não. Os parentes em melhores condições ou estão morando longe, ou estão saindo do Rio Grande do Sul, em busca de novas oportunidades, de ganho ou lucro, ou os que faliram, se mantém às duras penas, ou ainda aqueles que ainda tem algum negócio, lutam para se manter diante a concorrência, de modo que um possível empréstimo nem pensar.

Como não peguei a fase boa, da abundância financeira entre os meus, porém, uma pequena rebarba, que me permitiu me criar, no meio de outros membros de famílias mais tradicionais desta cidade e antigas amigas de minha família. Hoje tenho que sobreviver à procura de trabalho e fazendo um bico, com minha prima, que devido ao calor, está tornando lenta as vendas. Ao que sabiamente, resolvemos dar uma pausa em nossas atividades, já pensando como resolver o problema do calor, ou ainda, uma mudança de ramo.

Como um descendente de escoceses e alemães, eu primo, do princípio, que todo e qualquer negócio, comercial e industrial, necessita de capital de giro, para que com ele, possa-se gerar lucro também. Ou você o tem, ou o Titanic apontará no seu horizonte! Esta é a minha opinião.

Outros deslizes jamais devem ser cometidos, como por exemplo, se pegar o dinheiro do caixa para compras que não são relacionadas ao negócio que você abriu. O caixa, neste caso, é sagrado. Primeiro que você poderá ficar sem troco. Segundo que você poderá esquecer de repor o que tirou ou não poderá cobrir a importância, criando um rombo, ficando portanto, sem dinheiro para a quitação de compromissos no futuro.

Outro fator, é que sei que a média, para um negócio dar lucro, é de três anos. Portanto, meu amigo Nélson queria abrir um negócio com pouco dinheiro, ao que lhe expliquei, que sem o capital para giro, sem divulgação do serviço, que impõe mais investimentos, ao que queria propor e uma estrutura adequada, seria impossível que não se vislumbrasse logo, a mais tenra falência. Ou seja, de início, todo e qualquer negócio, necessita do capital para gastos necessários a sua manutenção.

Gasta-se o mínimo possível, sem se perder a qualidade do que se propõe ao atender as necessidades dos clientes, e guarda-se o dinheiro excedente, para cobrir outras despesas, ou mesmo para o futuro, pois nunca se sabe.

Com um pouco de bom senso, paciência e sabedoria, quem sabe os sonhos não se realizem?

Agora há pouco, meu amigo me ligou, felícissimo, por ter conseguido um trabalho! E fiquei realmente feliz por ele, porém, já lhe disse de chofre, economize uma graninha, sempre que sobrar, pois quem sabe um dia, de empregado, não vire patrão, não acham?

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