segunda-feira, 10 de maio de 2010

Aqui nem morto se tem sossego...

Curiosamente, neste País, os mortos não tem como descansar em paz mesmo. Na Europa Ocidental, por exemplo, já existem crematórios, dado o alto custo aos mais humildes, que não possuem jazigos ou tumbas familiares, em se enterrar seus entes.

Também sei que nos países anglo-saxãos, dificilmente se mexa na tumba de uma família e se mexam nos corpos, sob qualquer pretexto, como se fazem nos países latinos ou de origem portuguesa. Existem túmulos familiares com mais de mil anos que permanecem intactos e mais membros de uma família são enterrados, uns sobre os outros.

Outro fator, que é curioso, em relação a este tema é a falta de respeito com os que já partiram ao mexermos em seus sepulcros. Eu sei que existe a falta de espaço, porém, o problema é que não houve planejamento anos atrás ou a previsão de aumento populacional, bem como de sua mortalidade.

Como membros da minha família compraram jazigos perpétuos (pelo menos sete) no Cemitério Luterano da Vila Rosa, há cinquenta ou sessenta anos, eu ainda posso me dar ao luxo de escolher onde irei, quando ele lá em cima me chamar (E que esteja bem longe este dia), embora prefira ficar junto aos meus avós, bisavós(uma) e triavós. Porém, me incomoda imaginar que algum funcionário venha mexer em meus restos a qualquer pretexto algum dia.

Apesar do tema funéreo que discorro neste texto, fico imaginando que vivemos e trabalhamos, pagamos impostos e mesmo depois de mortos, corremos o risco de sermos despejados de nossa última morada para termos nossos restos queimados em um forno a gás. Chego à conclusão que no Brasil nem morto se tem sossego.

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